terça-feira, 14 de maio de 2013

Sociedade do Espetáculo e do Comodismo

"Cracudos" atravessando a Av. Brasil (RJ)



- Olha lá... mais um cracudo atravessando a Brasil (Av.)... Tsc tsc, daqui a pouco mais um é atropelado.
- Ah é... todo dia morre algum aqui, nem mostram todos no jornal... Cuidado com eles, são perigosos, bem capaz de se jogarem na frente do carro.
- Verdade...

Senhoras e senhores, bem vindos a mais um post! Bom, o tema de hoje, refere-se a triste e estranha realidade da vida. O diálogo acima retratou um pouco do dia-a-dia do Rio de Janeiro, que embora seja chamada de cidade maravilhosa, as maravilhas são quase inexistentes perto do mundo de problemas encontrados aqui. (Não me julguem, amigos cariocas, é triste, mas é verdade!) “Cracudo” é o termo utilizado para denominar os usuários de crack, que não demora muito vão dominar essa cidade.

Todos os dias, se você passa pela Av. Brasil, deve se deparar com os muitos “cracudos” espalhados em seu percurso. É assustador! São muitos e, de fato, são perigosos, afinal, na maior parte do tempo estão sob o domínio do crack, que é uma droga muito poderosa e letal. Essa história de “cracudos na Av. Brasil”, começou ano passado, quando, em uma das operações de “pacificação” (rs), em algumas comunidades que apresentavam um grande número de usuários de crack e que eram fortemente dominadas pelo tráfico, foram, finalmente, “pacificadas” e por conta disso, os cracudos e traficantes tiveram que buscar outros lugares. Consequentemente, por razões ‘x’ eles foram parar na Av. Brasil – ah, os cracudos, eu não sei onde ficam os traficantes, mas certamente estão na região. Vale ressaltar que os cracudos não estão somente na Av. Brasil, estão espalhados por todos os cantos da cidade. TODOS.

Enfim, no começo, logo quando esses cracudos apareceram na Brasil, foi um escândalo, todos os dias passava no jornal o número absurdo de usuários espalhados pela Brasil e a forma como eles se arriscavam entre os veículos, especialmente quando o carro do “recolhimento” chegava. O começo foi assim, muito alvoroço, pessoas passavam por lá e ficavam horrorizadas, observavam, de dentro de seus carros, a forma como aquelas pessoas viviam e agiam. Era como um passeio no Simba (quem é velho e lembra do Simba levanta a mão! Hahaha Simba era um zoológico de São Paulo onde as pessoas podiam entrar de carro e observar os animais bem de pertinho, ah, dentro do carro, caso não tenha ficado claro).


Hoje, ainda há essa espetacularização dessa situação horrorosa, no entanto, muitas pessoas já passam por ali e se sentem indiferentes àquilo. Até mesmo quando eles são mortos, atropelados por algum veículo, havendo comentários do tipo “a morte desse cracudo atrapalhou todo o trânsito, que saco”. Não sendo hipócrita, admito: me encontrei (mas já estou saindo) na fase do comodismo e me aborreço quando algum cracudo é atropelado e o trânsito é prejudicado. O ponto é: até quando?

Eu abri meus olhos para tudo isso que acontece diariamente. Primeiro , o espetáculo, depois, o comodismo. Vivemos numa sociedade onde as coisas mais absurdas, com grande e pequena significância, ganham proporções enormes e não para a busca de uma solução, mas para assistirmos sentados no sofá enquanto jantamos. Filhos matando pais, pais matando filhos; estupros em plena luz do dia, com público e no ônibus; famílias passando fome; crianças vendendo coisas e se vendendo para sobreviver; dinheiro cegando o mundo; políticos sendo desonestos; pessoas desonestas; mentiras deslavadas, entre outras ‘n’ coisas. E quantas vezes, quantos de nós, questionaram tudo isso? É relevável isso tudo? Essas notícias do dia-a-dia são passíveis de serem recebidas passivamente? E as notícias devem mesmo serem aceitas, sem sequer passarem por um filtro antes? Tudo que nos é dito é verdade? A mídia, o mundo dos poderosos, querem que você assista a tudo isso de boca fechada, enquanto seu cérebro tira uma soneca ou querem que você assista com a boca e a mente aberta, durante o momento de sobriedade e desperto do seu cérebro? O sistema deixou seus meios de comunicações malucos, te mandou calar a boca e sentar no sofá? 

Arriscando ainda mais na minha reflexão crítica... E o que se aprende na escola? Até onde vai a necessidade de todas as informações? E porque somos obrigados a receber passivamente quase todas as coisas, senão todas! O que importa realmente, ser letrado (que vintage hahaha) ou ser honesto? E depois de obter todas as formações acadêmicas possíveis, você trabalha para viver ou vive para trabalhar? Sua vida é boa do jeito que está, o grau de “felicidade” está em seu ápice ou pode aumentar? E essa “felicidade” é verdadeira, criada em você, por você, ou criada pelo dinheiro? Pelas horas de não satisfação, dentro de um escritório, de um hospital, de uma escola, de... tantos lugares?


Quem foi que disse que a gente tem que viver assim? Sendo o público passivo que aplaude as barbaridades e que se acomoda no sofá para se acomodar com as situações? Quem foi que disse que para ser feliz é preciso ser rico? É preciso ser pHd em milhões de coisas e morar em um apartamento de 8 milhões? Chega disso. Chega de aceitar sem questionar, senhoras e senhores.
Ergam-se, comuniquem-se, amanheçam! Hoje em dia, o respeito é oprimido por um despotismo de ideias pouco esclarecidas, onde quem se opor vai para o calabouço. Quando eu digo para se erguerem e questionarem, eu quero dizer que todos temos direito a uma opinião, a um depoimento, no entanto, nada disso tem valor se não vier acompanhado por respeito, que deve sempre ser recíproco! Eu não posso lhes dizer que se expressem sem citar os terríveis exemplos de expressões vindas com intolerância e desrespeito, e o exemplo é o que mais está em evidência:
homossexualismo. Cada qual com sua visão, ninguém tem que reprimir o que acredita. É um assunto polêmico e eu não vou entrar a fundo, porém, eu vejo, todos os dias, pessoas com discursos a favor e discursos contra e, quer saber? Prefiro me ausentar dessa discussão que só gera mais conflitos e está longe de ser correta. Quando me perguntarem, eu certamente, responderei com o maior prazer sobre minha opinião, exigindo, é claro, o devido respeito, pois uma coisa eu aprendi com a maturidade (uy, madura!!!! haha), não vale a pena espernear e ser intolerante, isso só alimenta o ódio e não leva a lugar nenhum, portanto, respeitar é obrigatório, contudo, respeitar não significa concordar. Que fique claro.

Bom, amigos, eu acho que escrevi um pouquinho demais, mas se você leu até aqui, espero que isso tenha surtido algum efeito na sua vida e, espero eu, que tenha sido positivo. Minha intenção aqui não foi julgar ou ofender ninguém, foi apenas alertar. Vamos ser o público que questiona e não se acomoda, nunca é tarde para levantar a voz. Ah, e não vale revolucionar somente com os posts, tem que ser na prática. E se você está se perguntando como deve, então, agir diante da situação dos cracudos... eu não sei, mas... não ache aquilo normal e nem aja como um idiota no coliseu, assistindo a uma luta de gladiadores. Pense e repense, se você sabe de algo para ajudar, não se oponha...

E falando em ajudar, só mais uma última coisa, eu prometo, rs... faça o dia de alguém melhor, seja ele o motorista do ônibus, o cobrador, uma senhora comprando sapatos, uma atendente, um médico, um recepcionista, um estranho na rua... semeie o respeito e a educação. Muitas vezes alguém precisa mesmo é só ouvir um ‘bom dia’.
Desculpe o post enorme. Você que chegou até aqui, parabéns!  Hahahaha...


Obrigada e 
 Have Fun!