segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Gostosa? Não, obrigada!


Quando foi que eu me tornei "gostosa"? Aliás, quando foi que nasceu essa mania de classificar as mulheres? Eu, curiosa, fui procurar o significado de "gostosa" e o que achei? "Mulher com um corpo delicioso". Oi?

"Chocolate é gostoso, torta de limão é gostosa...", uma brisa fresca no verão é gostosa... Muitas coisas se encaixam nessa classificação, em geral, coisas, isso: COISAS. Pessoas, não. Mulheres, NÃO.

Receber o título de "gostosa" traz certo orgulho, não é mesmo? Afinal, essa é uma 'categoria meta' pré-estabelecida pela nossa sociedade machista e capitalista, que "coisifica" tudo, em especial, nós: mulheres.

"Vem, verão...", e vem a mulher, "gostosa", servir os homens. Pois eu digo: Vai, verão! Vai mostrar pra esses caras que nenhuma mulher é passível de ser classificada, vendida, exibida, ou vítima de qualquer outro tipo de opressão.

Você, flor, pode não saber, mas o cara que te chama de gostosa é o cara que espera que você - e todas as mulheres - não o decepcionem, não fujam do que ele - e os outros homens - pré-estabeleceram. "Não estrague o script".

Minha grande amiga e militante, Ju Pinto, diz: "Objetificar uma mulher é desconsiderar toda sua história, sua trajetória de vida, ancestralidade, capacidade intelectual, autonomia, etc. Pensar numa mulher como algo feito para o consumo masculino, permite existirem classificações como 'gostosa, boa, ruim, feia, baleia e tantas outras'.

O machismo nasce com os homens, contudo, ele é como um vírus que se espalha até mesmo por mulheres. Mulheres, não sejamos machistas. O machismo acredita piamente que a mulher nada mais é do que um 'step'. Nós não precisamos que nos digam o que fazer, como fazer e porque fazer.

Nós não precisamos que nos classifiquem. Classificações não são elogios.

#NãoMeChameDeGostosa

Obrigada e Have Fun!

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