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"Cracudos" atravessando a Av. Brasil (RJ) |
- Olha lá... mais um cracudo atravessando a Brasil (Av.)...
Tsc tsc, daqui a pouco mais um é atropelado.
- Ah é... todo dia morre algum aqui, nem mostram todos no
jornal... Cuidado com eles, são perigosos, bem capaz de se jogarem na frente do
carro.
- Verdade...
Senhoras e senhores, bem vindos a mais um post! Bom, o tema
de hoje, refere-se a triste e estranha realidade da vida. O diálogo acima
retratou um pouco do dia-a-dia do Rio de Janeiro, que embora seja chamada de
cidade maravilhosa, as maravilhas são quase inexistentes perto do mundo de
problemas encontrados aqui. (Não me julguem, amigos cariocas, é triste, mas é
verdade!) “Cracudo” é o termo utilizado para denominar os usuários de crack, que
não demora muito vão dominar essa cidade.
Todos os dias, se você passa pela Av. Brasil, deve se
deparar com os muitos “cracudos” espalhados em seu percurso. É assustador! São
muitos e, de fato, são perigosos, afinal, na maior parte do tempo estão sob o domínio
do crack, que é uma droga muito poderosa e letal. Essa história de “cracudos na
Av. Brasil”, começou ano passado, quando, em uma das operações de “pacificação”
(rs), em algumas comunidades que apresentavam um grande número de usuários de
crack e que eram fortemente dominadas pelo tráfico, foram, finalmente,
“pacificadas” e por conta disso, os cracudos e traficantes tiveram que buscar
outros lugares. Consequentemente, por razões ‘x’ eles foram parar na Av. Brasil
– ah, os cracudos, eu não sei onde ficam os traficantes, mas certamente estão
na região. Vale ressaltar que os cracudos não estão somente na Av. Brasil,
estão espalhados por todos os cantos da cidade. TODOS.
Enfim, no começo, logo quando esses cracudos apareceram na
Brasil, foi um escândalo, todos os dias passava no jornal o número absurdo de
usuários espalhados pela Brasil e a forma como eles se arriscavam entre os
veículos, especialmente quando o carro do “recolhimento” chegava. O começo foi
assim, muito alvoroço, pessoas passavam por lá e ficavam horrorizadas,
observavam, de dentro de seus carros, a forma como aquelas pessoas viviam e agiam.
Era como um passeio no Simba (quem é velho e lembra do Simba levanta a mão! Hahaha
Simba era um zoológico de São Paulo onde as pessoas podiam entrar de carro e
observar os animais bem de pertinho, ah, dentro do carro, caso não tenha ficado
claro).
Hoje, ainda há essa espetacularização dessa situação
horrorosa, no entanto, muitas pessoas já passam por ali e se sentem
indiferentes àquilo. Até mesmo quando eles são mortos, atropelados por algum
veículo, havendo comentários do tipo “a morte desse cracudo atrapalhou todo o
trânsito, que saco”. Não sendo hipócrita, admito: me encontrei (mas já estou
saindo) na fase do comodismo e me aborreço quando algum cracudo é atropelado e
o trânsito é prejudicado. O ponto é: até quando?
Eu abri meus olhos para tudo isso que acontece diariamente.
Primeiro , o espetáculo, depois, o comodismo. Vivemos numa sociedade onde as
coisas mais absurdas, com grande e pequena significância, ganham proporções
enormes e não para a busca de uma solução, mas para assistirmos sentados no
sofá enquanto jantamos. Filhos matando pais, pais matando filhos; estupros em
plena luz do dia, com público e no ônibus; famílias passando fome; crianças vendendo
coisas e se vendendo para sobreviver; dinheiro cegando o mundo; políticos sendo
desonestos; pessoas desonestas; mentiras deslavadas, entre outras ‘n’ coisas. E
quantas vezes, quantos de nós, questionaram tudo isso? É relevável isso tudo?
Essas notícias do dia-a-dia são passíveis de serem recebidas passivamente? E as
notícias devem mesmo serem aceitas, sem sequer passarem por um filtro antes?
Tudo que nos é dito é verdade? A mídia, o mundo dos poderosos, querem que você
assista a tudo isso de boca fechada, enquanto seu cérebro tira uma soneca ou
querem que você assista com a boca e a mente aberta, durante o momento de
sobriedade e desperto do seu cérebro? O sistema deixou seus meios de
comunicações malucos, te mandou calar a boca e sentar no sofá?
Arriscando ainda mais na minha reflexão crítica... E o que
se aprende na escola? Até onde vai a necessidade de todas as informações? E
porque somos obrigados a receber passivamente quase todas as coisas, senão
todas! O que importa realmente, ser letrado (que vintage hahaha) ou ser
honesto? E depois de obter todas as formações acadêmicas possíveis, você
trabalha para viver ou vive para trabalhar? Sua vida é boa do jeito que está, o
grau de “felicidade” está em seu ápice ou pode aumentar? E essa “felicidade” é verdadeira,
criada em você, por você, ou criada pelo dinheiro? Pelas horas de não
satisfação, dentro de um escritório, de um hospital, de uma escola, de...
tantos lugares?
Quem foi que disse que a gente tem que viver assim? Sendo o
público passivo que aplaude as barbaridades e que se acomoda no sofá para se
acomodar com as situações? Quem foi que disse que para ser feliz é preciso ser
rico? É preciso ser pHd em milhões de coisas e morar em um apartamento de 8
milhões? Chega disso. Chega de aceitar sem questionar, senhoras e senhores.
Ergam-se, comuniquem-se, amanheçam! Hoje em dia, o respeito é oprimido por um
despotismo de ideias pouco esclarecidas, onde quem se opor vai para o
calabouço. Quando eu digo para se erguerem e questionarem, eu quero dizer que
todos temos direito a uma opinião, a um depoimento, no entanto, nada disso tem
valor se não vier acompanhado por respeito, que deve sempre ser recíproco! Eu
não posso lhes dizer que se expressem sem citar os terríveis exemplos de
expressões vindas com intolerância e desrespeito, e o exemplo é o que mais está
em evidência:
homossexualismo. Cada qual com sua visão, ninguém tem que
reprimir o que acredita. É um assunto polêmico e eu não vou entrar a fundo,
porém, eu vejo, todos os dias, pessoas com discursos a favor e discursos contra
e, quer saber? Prefiro me ausentar dessa discussão que só gera mais conflitos e
está longe de ser correta. Quando me perguntarem, eu certamente, responderei
com o maior prazer sobre minha opinião, exigindo, é claro, o devido respeito,
pois uma coisa eu aprendi com a maturidade (uy, madura!!!! haha), não vale a
pena espernear e ser intolerante, isso só alimenta o ódio e não leva a lugar
nenhum, portanto, respeitar é obrigatório, contudo, respeitar não significa
concordar. Que fique claro.
Bom, amigos, eu acho que escrevi um pouquinho demais, mas se
você leu até aqui, espero que isso tenha surtido algum efeito na sua vida e,
espero eu, que tenha sido positivo. Minha intenção aqui não foi julgar ou
ofender ninguém, foi apenas alertar. Vamos ser o público que questiona e não se
acomoda, nunca é tarde para levantar a voz. Ah, e não vale revolucionar somente
com os posts, tem que ser na prática. E se você está se perguntando como deve,
então, agir diante da situação dos cracudos... eu não sei, mas... não ache
aquilo normal e nem aja como um idiota no coliseu, assistindo a uma luta de
gladiadores. Pense e repense, se você sabe de algo para ajudar, não se
oponha...
E falando em ajudar, só mais uma última coisa, eu prometo,
rs... faça o dia de alguém melhor, seja ele o motorista do ônibus, o cobrador,
uma senhora comprando sapatos, uma atendente, um médico, um recepcionista, um
estranho na rua... semeie o respeito e a educação. Muitas vezes alguém precisa
mesmo é só ouvir um ‘bom dia’.
Desculpe o post enorme. Você que chegou até aqui, parabéns! Hahahaha...
Obrigada e Have Fun!