terça-feira, 12 de abril de 2011

Contos do Reino #11- Fogo na Floresta

1Coríntios 12:26

Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele.

Mateus 16:16-18

Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Respondeu Jesus: "Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas! Pois isto não lhe foi revelado por carne nem sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la.

Efésios 3:10-12

A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele.


FOGO NA FLORESTA

E agora, mal levantou sua cabeça ao som do caos. Enquanto fumaça ascendia sobre Grande Parque, figuras escuras vindas da Cidade Encantada começaram a avançar. . .

Cuidador veio correndo até a cabana da Misericórdia, com Amanda nos seus braços. Ele deitou a criança numa cama. Misericórdia olhou para ela, atônita. "O que aconteceu?" ela perguntou.

"Fogo", respondeu o velho homem e o olhar que ele deu à sua esposa disse tudo: por causa da desobediência da Amanda, Grande Parque agora estava vulnerável ao perigo.

Croie-e-e-e-e-e! Croie! Croie! As trombetas dos Atalaias estavam dando o alarme insistentemente. Fogo! Perigo!

"Faça o que puder para ela, mas rapidamente!" ordenou Cuidador, se apressando até a porta. "Depois, venha ao Círculo Íntimo. Os homens do Encantador estão assolando o portão. Precisaremos de você logo-logo".

Imediatamente, Misericórdia foi até a lareira, onde ela rapidamente misturou algumas ervas medicinais numa bacia. "Herói", ela chamou, "eu vou precisar da sua ajuda. Molhe estes panos limpos nesta bacia. Depois, cubra as queimaduras dela . . . assim.

Misericórdia cortou fora a roupa que estava queimada, da Amanda, e a cobriu com um cobertor. Herói observou, enquanto a senhora idosa cuidadosamente colocou gazes em todos os lugares onde a pele estava vermelha por causa das queimaduras. Também pegou um copo, e com muito jeito o encheu de solução da jarra de cura e a derramou na boca de Amanda.

Croi-e-e-e-e-e-e! Soaram as trombetas, com urgência.

"Eu preciso ir", disse Misericórdia a Herói. "Perigo tem avançado pelos portões". A velha senhora deu uma parada ao sair da porta. "Se você se sentir ameaçado, não fique com medo. Declare os gritos dos Atalaias para se fortificar: 'Ao Reino! Ao Rei!'".

Aí ela sumiu.

Herói ficou olhando a menina ferida, tão quieta na cama. O que tinha acontecido? Deu medo só de olhar sua pele cheia de bolhas e seus olhos completamente inchados. Nem parecia que ela estava respirando.

Sons frenéticos, vindo de fora, interromperam o silêncio na cabana. Todas as pessoas capazes em Grande Parque estavam se apressando na direção do Círculo Íntimo, onde as chamas sagradas estavam sendo acesas. Herói ouviu gritos de Atalaias e toques de trombetas de alerta, incessantes. E, de muito longe, ele ouviu o bater baixo e fúnebre dos tambores da morte vindo da Cidade Encantada. Seus ouvidos pegaram um outro som também: não-nunca-nada, não-nunca-nada, não-nunca-nada.

Era o canto de batalha dos Negadores, que tinham o poder de congelar as mentes das pessoas através da repetição de impossibilidades em seus corações. Herói sabia que Queimadores, espalhando fogos de destruição com seus atiçadores abrasadores e Pauleiros, levando cacetes para socar até a morte qualquer um que lhes resistisse, estariam avançando por detrás do exército de Negadores.

O coração de Herói se desesperou. O rapaz olhou para a jovem na cama. Ele sabia que ela estava morrendo. Amanda, Amanda, ele gemeu de lá de dentro dele, quando todas aquelas lembranças da pequena princesa vieram despencando sobre ele: Amanda sentada em cima de um toco de árvore na floresta, com flores entre seus dedos do pé; Amanda lançando o machado de Cuidador com mira perfeita para defendê-lo contra o Atalaia Incrédulo; Amanda dando suas gargalhadas.

Herói se ajoelhou ao lado da cama, seus olhos cheios de lágrimas. Foi então que ele se lembrou das últimas instruções de Misericórdia. "Ao Rei", ele sussurrou, engasgando nas palavras. "Ao Reino!" Seu coração estava pesado, mas ele continuou a repetir as palavras. Com isso um poder parecia enchê-lo, uma força semelhante à de ira. Ele ficou de pé e gritou de pulmões cheios: "Ao Reino! Ao Rei!"

Será que o quarto se contra-balanceou? Ou será que Herói se deixou levar por suas emoções? Amanda de repente se mexeu na cama, e Herói notou que não estava mais ouvindo os Negadores a cantar repetidamente os seus gritos.

A menina gemeu por debaixo dos cobertores. Suas sombrancelhas se esforçaram para abrir seus olhos. "Cuidador? Fogo!"

Herói se ajoelhou ao lado dela novamente. "Ele já se foi, Amanda. Ele e Misericórdia e todos em Grande Parque estão se apressando até o Círculo Íntimo".

A menina ficou sentada, desfaleceu, e tentou levantar-se novamente. Herói tentou impedi-la de se levantar, mas ela estava desesperada. "Deixe-me ir!" ela gritou. "Precisamos sair daqui! Todos estamos em perigo!"

Freneticamente Herói começou a revirar as coisas em busca daquela mistura de cura. Onde será que Misericórdia colocou aquela jarra? Mas ele parou, ao ouvir alguém entrar na cabana. Ao olhar em direção a porta, Herói avistou uma figura escura na entrada. Era encurvada e escondida, por baixo de um manto escuro, mas Herói conseguia ver o rosto esbranquiçado, com olhos penetrantes e um sorriso arrepiante. O intruso segurava um cassetete feio e rude e cheio de nós.

Ele se arrastava vagarosamente, mas com determinação, em direção ao canto onde Amanda estava descansando.

Herói queria se jogar na frente desta forma terrível, mas ele estava tão congelado no momento, que parecia se mover sobre pés aleijados.

O Pauleiro levantou o seu porrete sobre sua cabeça. Amanda se retorceu. E aí, de lugar nenhum, Herói ouviu um grito. O pisar de pés apressados e o som de um machado voador encheram o quarto. Foi então que um homem vestido de azul e o Pauleiro fantasmagórico engajaram-se em uma batalha feroz, que fez cadeiras e mesas se despedaçarem e terminou com o Pauleiro sendo atirado pela porta afora, na tarde fumacenta.

Um Atalaia ficou em pé no meio da cabana, arrumando mesas e cadeiras. Ele dirigiu um olhar sério, mas com sorriso, para Herói e Amanda que estavam tomados de terror. "Um a zero para Grande Parque!" ele disse ao arremessar o cassetete, que foi abandonado pelo seu dono, na lareira.

"Como? ..." Herói perguntou.

O Atalaia gentilmente, e com cuidado, empacotou Amanda num cobertor. "Minhas ordens foram para vir e pegar vocês dois", ele respondeu. "Eu o vi entrando de mansinho. Estão sempre tentando tirar vantagem, criaturas malditas! Agora, o Parque está cheio deles". Ele ergueu a menina nos seus braços e deu um sinal com a cabeça a Herói. "Pegue algo para ela vestir, que não seja apertado. Depressa!"

O Atalaia saiu rapidamente da cabana, mas Herói hesitou por um momento, seu coração batendo disparado, só em pensar que teria de passar pelo Grande Parque com fogo em certos lugares. Algo como uma oração não solicitada, ou como um velho hino que se lembra por partes, surgiu de dentro dele. Ao Rei...ao Rei...

Em um só movimento o menino saiu atrás do Atalaia, se expondo à tarde quente e estranha. Um forte cheiro de fumaça engasgava o ar. O céu acima estava fervendo com nuvens terríveis de tom cinza e amarelo. Algo como uma sombra pegou a atenção de Herói pelo canto dos seus olhos. Uma forma escura correu de mansinho para trás de uma árvore, e logo em seguida outra a seguiu.

Quando finalmente chegaram até o Círculo Íntimo, as Chamas Sagradas já estavam radiantes de poder. Atalaias, dentro do círculo, estavam dando ordens para todos os súditos se organizarem por unidades de ataque, de combate ao incêndio, protetores, e carregadores de chama.

Herói não iria passar pelas chamas com o Atalaia que carregava Amanda, e até a menina se estremeceu e pediu para ficar no lado de fora do Círculo Sagrado. O rapaz e a moça ficaram lá observando o Atalaia Comandante do outro lado do fogo.

O emblema de prata brilhava no seu ombro e na sua fivela. Misericórdia, agora uma mulher-de-guerra forte, trabalhava ao seu lado. Ela passava para alguns as tochas a serem acesas, a outros, mapas, e ainda baldes para outros.

O Rei estava de pé no meio disso tudo, seus ombros mais alto do que a maioria. Sua face estava séria, e seus olhos radiavam de indignação. Ele, também, estava usando o manto de Atalaia, mas em suas mãos segurava o cetro de prata, que brilhava com chamas de fogo.

De repente, o Rei ergueu bem o queixo e assobiou. Logo em seguida, o Atalaia Comandante e sua esposa, Misericórdia, repetiram o chamado. Num instante, grandes alces, corças e veados saíram da floresta, como se estivessem esperando pelo chamado. Galhos e galhos de chifres refletiam a luz do círculo de chamas.

De uma vez, o Rei, o Atalaia Comandante e Misericórdia, saíram de dentro das Chamas Sagradas, e cada um pulou em cima das costas de um forte alce. Muitos, de dentro do Círculo, seguiram, até que uma grande multidão de homens e mulheres estavam montados em cima dos grandes animais.

Naquele momento um veado novo, sem alguém nele, cutucou Herói. "Deixe-me ajudá-la a montar. Vamos com eles".

O Rei se endireitou por cima da cernelha do alce em que estava montado e deu um sinal à tropa atrás dele. Centenas de pessoas montadas prosseguiram para dentro da Floresta Profunda. Primeiramente, as linhas se mexeram em passo lento, mas logo começaram a cavalgar, e por fim a galopar, traçando seu caminho pelas trilhas já abertas pelos veados. Herói podia ouvir os gemidos baixos de dor da Amanda, ao tentar se estabilizar sobre o animal.

Logo as montadoras foram formando um grande arco, e as chamas das suas tochas se espalharam pelas árvores e os arbustos. Os soldados sobre animais levantaram suas vozes num canto: "Ao Rei!" Aqueles a pé responderam: "Ao Reino!" O coração de Herói se encheu de uma coragem estranha quanto mais o canto ecoava pela floresta com a cadência das patas dos animais como fundo.

Ao chegar à vila dos Rejeitados, um tropa de soldados que estavam a pé tiveram a iniciativa de carregar os coxos e mancos até uma fortaleza próxima para serem protegidos do avanço dos Pauleiros. Herói perguntou a um deles se poderia estar levando Amanda também. Herói soube que tinha tomado a decisão certa, ao ver a Amanda fechar os olhos em sinal de alívio: ela estava muito fraca para continuar.

Mas Herói sabia que era necessário que ele ajudasse a proteger Grande Parque. Seguiu os Atalaias montados em direção ao Campo Relvoso, onde a grama seca estava em chamas, ao redor de uma carcaça enorme. Fumaça preta enchia o céu. Árvores grandes e velhas estavam sendo consumidas pelo fogo feroz.

Ao se aproximarem desta área, Herói pôde notar que cada Atalaia segurava seu machado com a mão livre. Um som começou ¾ a canção familiar de poder que Herói tinha ouvido tantas vezes. A linha de guerreiros que avançava dividiu-se ao meio, cada ala circulando num lado do grande espaço em chamas. Os Atalaias, ainda montados em seus animais, levantaram suas vozes em harmonia na tentativa de acompanhar os machados musicais.

Naquele momento, o Rei cutucou o seu grande alce para ir à frente. Ele prosseguiu, como ordenado, até ao centro do lugar cheio de chamas, ao lado da carcaça do animal enorme. Herói encheu-se de admiração, ao ver a coragem do Rei. O Rei desmontou, mesmo com fogo por toda parte. Ele apontou o seu cetro na direção do grande círculo de homens e mulheres que o rodeava.

Naquele instante, um forte redemoinho começou a soprar. O fogo na tocha de cada Atalaia pulou para o próximo ao seu lado. Um Círculo de Chamas ligou uma pessoa por pessoa, até que todos foram unidos, criando um só anel no meio da floresta. O fogo disperso de destruição foi rodeado pelas chamas de poder do Rei, que iriam conter o fogo, enquanto os Atalaias lutariam contra o inimigo. Os Atalaias soltaram um grito a uma só voz: "Ao Rei! Ao Reino!"

Do centro do Campo Relvoso, o Rei levantou seu cetro. A mata, que antes esteve cheia de ruídos e gritos dos servos do Encantador, ficou em silêncio. Os Negadores cessaram seus cantos. O pulsar dos tambores da morte parou. Era o momento fulminante antes da batalha.

De repente, em som estrondoso, um relâmpago estourou do céu preto e acertou o topo do cetro de prata. Luz branca radiou pela forma do Rei que estava com seus pés bem plantados.

Seu corpo vislumbrava e resplendia, mas por tudo isso se manteve firme. Soltou a cabeça para trás e disse em voz alta: "Ao Meu Pai, o Imperador de Tudo! Àquele Que Sempre É!"

Herói percebeu a esta altura que os Atalaias estavam aguardando uma ordem. Subitamente, ela veio. A voz do Atalaia Comandante cortou o silêncio da floresta: "Preparar!" Centenas de vozes das duas alas ecoaram: "Preparar!" Cada Atalaia cravou o cabo da sua tocha no chão da floresta e levantou o seu machado.

"Avançar!" veio o grito.

"Ao Rei!" veio a resposta, e os Atalaias, montados em alces, atacaram em direção à floresta.

Estando no lado de fora do anel de chamas, Herói percebeu que ele estava desarmado para a batalha. Descendo do seu animal, arrancou da terra uma raiz sólida e mortífera. Naquele momento, mãos ásperas o agarraram, jogando-o contra uma grande árvore. Seus pulmões perderam todo o seu ar. Ele sentiu pancadas fortes no peito e nos ombros. Foi então que ouviu um grito de dor. Foi a sua própria voz.

Por instinto, Herói se jogou no chão e rolou para escapar do seu atacante. Boom! Um cassetete quase acerta sua cabeça. Ele rolou mais uma vez. Quase que pega!

Uma raiva terrível subiu dentro de Herói. Apesar de toda a confusão, ele ainda conseguiu manter em mãos a sua própria clava. Sem dó, ele acertou o estômago da forma que estava em pé ao lado dele. Esta vez, ele ouviu o gritou de dor vindo do estranho.

Herói rapidamente ficou em pé, seus pulmões famintos por ar. Ergueu sua clava e a desceu com toda sua força em cima da cabeça do Pauleiro.

Herói observou o seu inimigo cair imóvel ao chão...quando não se mexeu, ele se encurvou para puxar o capuz cinza e ver o que estava por dentro. Ele se assustou com o rosto branco, sobrancelhas grossas e, por final, um sorriso que mostrava os dentes.

"Bom trabalho ¾ " disse uma voz atrás dele. Era um soldado que estava a pé. "Prepare-se. Lá vem mais. Dessa vez, Queimadores".

Herói finalmente conseguiu respirar fundo. "Como vamos ...lutar contra...Queimadores?"

"Lute contra fogo, usando fogo", disse o soldado, e puxou duas tochas do Círculo de Chamas, jogando uma para o menino. "Faça o que eu fizer".

Não-Nunca-Nada. O grito de batalha ominoso cresceu ainda mais.

"Não dê ouvido aos Negadores," avisou o soldado. "Lá vêm os Queimadores!"

Um bando de sombras escuras saltou da floresta. Os atiçadores dos Queimadores ardiam como uma luz forte. O coração de Herói ficou desesperado. Ele se lembrou da Hora da Marcação, de muito tempo atrás. Seu estômago e costas começaram a latejar.

"Avançar!" gritou o soldado ao seu lado.

Em espanto, Herói observou o homem atacar os Queimadores nocivos.

Não-Nunca-Nada, pensou Herói. Não adianta. São tantos!

"Vamos rapaz!"

Fadiga sufocou Herói como laços de ferro. Desespero acorrentou seu coração. Como iria o Rei vencer contra tanta maldade?

Queimadores cercaram o soldado isolado. Um dos Queimadores meteu um atiçador em sua direção. Pegou na roupa do lutador. Mas ele girou rapidamente para se livrar, e ao mesmo tempo esticou a sua tocha o máximo possível e continuou a girar, distanciando-se dos seus inimigos.

Não-Nunca-Nada...

"Vamos rapaz! Me dê uma mão!"

Em meio ao medo que o congelou, Herói ouviu uma outra voz surgir: "Ao Reino!" Era a voz do Rei.

Herói agarrou o seu tição e gritou: "Te darei duas mãos!", e com isso ele arrebentou o anel de Queimadores, cheio de ímpeto e grande energia.

Dando as costas um para o outro, os dois súditos do Rei davam seus golpes. Há! Enfiando seus tições no estômago dos Queimadores, o fogo dava uma volta neles. "Yi-i-i-i!!" gritou um dos Queimadores, e saiu na carreira. Herói e o soldado deram uma pancada forte nos atiçadores dos Queimadores com seus tições, jogando-os ao chão, e a roupa de outro pegou fogo. Logo esta banda se dispersou pela floresta adentro.

Mais uma vez, Herói ouviu a voz do Rei: "Ao Imperador de Tudo! Àquele Que Sempre É!" Neste momento... trovejou, e as chuvas caíram. As chamas furiosas, que foram contidas dentro do Círculo das Chamas Sagradas, oscilaram, estalaram, subiram e desceram e, finalmente, se apagaram, afogadas pela chuva forte.

Um grande pranto soou na distância. "Retirada! Fujam!" Sons de perseguição elevaram-se pela floresta à medida que os Atalaias correriam atrás dos malfeitores, pela noite escura, em direção à entrada minúscula do Grande Parque.

Finalmente, o próprio Círculo de Chamas Sagradas subiu em fulgor para se encontrar com o céu e, então, isso também se extinguiu. Exausto, Herói voltou para Campo Relvoso, justo a tempo de ver as chamas tornarem-se brasas, e ver o Rei abaixar o seu cetro. Misericórdia e Atalaia Comandante estavam um de cada lado dele.

Logo, a aurora raiou, a chuva parou. E o soar dos machados desvaneceu-se. O portão do Grande Parque fechou-se com um estrondo. A manada de animais correu de volta à floresta. E cada homem e mulher retornou aos seus amados.

Nada permaneceu no campo de batalha, onde a guerra de Fogo foi pelejada, a não ser a terra queimada, exalando o cheiro de cinzas úmidas, e três figuras fatigadas no meio de Campo Relvoso: uma senhora idosa, um velho cuidador e um jovem camponês.

Eles curvavam suas cabeças juntos e sustentavam um ao outro. Então, o camponês disse bem baixo: "À Restauração!" e ergueu suas mãos ao céu.

Foi assim, então, que se apagou o fogo feroz na floresta por um poder maior, pois há algumas coisas que não podem ser mudadas, não podem ser abaladas, não podem ser queimadas.


Obrigada e Have Fun!

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